Estamos dispostas a fazer deste ano um ciclo de muito mais conhecimento, autoestima e mudanças verdadeiras. Para isso, inevitavelmente, alguns assuntos precisam ser esclarecidos e discutidos nas redes sociais, em casa e internamente – de nós para nós mesmas, sabe?
Por isso, dedicamos uma pauta inteirinha para falar de tabus sociais, que vão além do jeans que não serve. A ideia é trazer informação. Extrair profundidade da leveza, clarear ideias e promover reflexões que podem salvar vidas. Bora?
Gordofobia é nojo, asco e intolerância com pessoas gordas. É o ato de olhar para uma pessoa gorda e julgá-la preguiçosa, relaxada, doente. É enxergar o magro como um biótipo superior ao gordo. É ignorar ou normalizar o olhar ao ver uma pessoa gorda sendo humilhada. É achar que todo o gordo se sente incomodado com o próprio corpo ou se incomodar ao ver um gordo satisfeito com o que vê no espelho.
Gordofobia é perda de direitos, é falta de acessibilidade: não pensar no espaço público ou privado para pessoas não magras. É não desenvolver roupas. É não lembrar que os gordos existem ou pior, saber que eles existem e achar que hora ou hora irão emagrecer.
Na lei, gordofobia pode ser sim enquadrada como crime baseado principalmente no artigo 140 (injúria e crime contra a honra). A pena vai de 6 meses a 1 ano de detenção ou multa.
Pressão estética está muito relacionada a seguir um padrão mercadológico. A lógica vem desde a revolução industrial, que é vender mais para o maior número de gente. Mas como não somos iguais, fica difícil agradar a todos. Dessa forma, quem fica fora da maior parcela, sofre a pressão estética para se adequar e começar a consumir como as outras.
É importante ressaltarmos que pressão estética não afeta apenas as plus sizes. Homens, mulheres, negros, brancos, heteros ou homoessexuais. O mercado o tempo todo pressiona para que todos sejam esteticamente parecidos para massificar o consumo, sem muita necessidade de personalização (enxergada apenas como custos).
Só quem já passou por algum episódio de gordofobia aliada à pressão estética sabe da dor, das dificuldades e da escalada que nunca parece ter fim. É por isso que está munida de informações é transformador: só assim você tem chances de mudar o ritmo, estabelecer novas narrativas para si e para aquela criança, que alguma vez já desejou ter nascido em outro corpo.
A militância começa conosco assumindo a vontade e responsabilidade de mudanças.
Trabalhar com moda plus size foi um recalculo de rota, foi olhar para o lado e ver que todo mundo estava fazendo a mesma coisa. Foi enxergar mulheres até então invisíveis. Foi assumir o risco e abraçar a mudança. Depois deste texto duro de ser lido (sorry, amiga) convidamos a todas a ressignificar a vida. Como?
1 – Mude suas referências. Tem muita menina linda no instagram fazendo sucesso. Enxergue novas formas de beleza.
2 – Se alguém que você conhece precisar de apoio, seja essa pessoa.
3 – Lute contra o bullyng na escola e crie crianças que enalteçam suas individualidades.
4 – Não se cale. Converse com amigos sobre gordofobia, pressão social e demais dificuldades que possa encontrar na vida. Assim, você apresenta uma realidade que muitas vezes essas pessoas não sabem que existe.
5 – Não desamine. Não deixe de passear, dançar e paquerar. Encontre sua sensualidade.
6 – Crie uma corrente de apoio, proteção e união.
7 – Se policie. Nada de perpetuar comentários do tipo “ Seu rosto é lindo, só precisa emagrecer um pouco”. Ou “ essa calça é maravilhosa pois te emagrece”. Ok?
8 – Vai postar uma foto-arraso no insta? Use as hashtags mundiais e cheias de propósitos como #BodyPositive, #EmbraceYourBody #BodyLove #CelebrateMy Size
9 – Viva buscando a felicidade e inspire novas meninas <3